O crescimento dos cartões de crédito de lojas vem crescendo significamente no mercado. A maior rede de comércio do setor teve uma redução de quase 80% no uso dos carnês, caindo para a marca de 15 a 20% em cinco anos. Fatores como taxas de juros menores, comodidade e a desnecessidade de aprovação do crédito foram fatores primordiais para a drástica mudança. Ana Corandim, 47, admite que o fato de não ter que usar seus cartões pessoais foi um grande diferencial.
O fator social também vale ser destacado. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), a utilização dos cartões no Brasil no período de 2005 a 2010 cresceu 126% e os cartões de loja 131%. E o maior acesso das classes C e D impulsionou o comércio varejista, que com excessivas taxas de juros dificultam as compras, os cartões de crédito tendem a ser usados como agente facilitador.
As taxas de juros praticadas pelos carnês são abusivas, pois a loja não tem como controlar os níveis de inadimplência e encontraram nos altos juros um meio de suprir as lacunas financeiras ocasionadas pelos atrasos. Em contrapartida, os juros dos cartões de crédito são de responsabilidade dos consumidores, que “pagam o pato” nos atrasos e com a possibilidade de atrasos e pagamentos parciais das faturas, há uma maior taxa, a adimplência é garantida na maioria dos casos.
O aumento de compras pela internet também impulsionou o setor. A maioria das lojas de varejo, estimuladas pela rede "Magazine Luiza", adotaram a web como um novo recurso de compras. A impossibilidade do pagamento com carnês obrigou o consumidor a usar seu cartão de crédito. Segundo dados do Serasa Experian, o ano de 2009 foi fechado com menor inadimplência em comparação ao ano anterior.
Este cenário é justificável porque houve a normalização do crédito, juros mais baixos e geração de empregos no período pós-crise. E a expectativa para as lojas ainda é positiva. As vendas com cartões de loja prometem crescer até 67% até 2015, segundo especialistas.
No entanto, o aumento do uso de cartões promete crescimento significativo, mas não garante o fim dos carnês, segundo Orivaldo Padilha, diretor financeiro da Globex, empresa formada por um conglomerado de empresas de varejo. É factível que o aumento do crédito e um maior acesso ao consumo das classes C e D impulsionem a economia, mas a utilização dos cartões de crédito e de lojas garante não só o crescimento das compras, mas também qualidade na garantia de pagamentos.
Foto: http://migre.me/1vxqG
0 comentários:
Postar um comentário