A rua é o palco

Por Thalita Féba

"Meu bem querer, é segredo, é sagrado e está sacramentado em meu coração". É assim, em pleno ao sol do meio dia, no coração de São Paulo, que Toninho Nascimento dá vida as mais belas canções da Música Popular Brasileira.

O cantor, que já foi empresário durante 12 anos, abandonou a rotina do terno e gravata e hoje se apresenta nas ruas do centro de São Paulo.

Além de Toninho, outros artistas cantam e encantam centenas de pessoas diariamente. O público diversificado, que transita em um ritmo frenético, parece hipnotizado a se ver diante de uma exposição que não requer treinamento prévio, maquiagem e bastidores.

A Dupla de repentistas, Cícero Onório dos Santos, 56, e Elias de Freitas, 63, dão vida a Peneira e Sonhador. O “tuque tuque” do pandeiro, acompanhado de rimas construídas a partir de fatos corriqueiros, reúnem um grande público e expressam a força da cultura popular.

Fiscalização

Trabalhar nas ruas da capital paulista, entretanto, não é fácil. A fiscalização, mais conhecida como "Rapa", além de não permitir as apresentações, apreende os materiais como CDs, roupas ou acessórios de quem se arrisca a apresentar-se.
"É complicado viver na correria, mas sou brasileiro e não desisto", diz com um sorriso no rosto o repentista Sonhador.

A céu aberto

Não há distinção de idade, profissão, traje e comportamento. Para participar do "show", basta encostar-se em alguma parede. Não é necessário pagar entrada ou consumação, não a tempo prévio de duração, até que a fiscalização apareça. As ruas da capital estão repletas de espetáculos autônomos.

Foto: Thalita Féba

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