E o interesse público?

Por Danilo Freitas

Em todo ano eleitoral é a mesma conversa: “vamos fazer um processo eleitoral limpo, ético e de alto nível, que promova o debate de ideias e propostas”. Mas o que se vê é um pouco diferente.

Sempre aparece um bendito dossiê contra algum candidato, ou vasculham a vida particular dele ou de sua família, para encontrar qualquer coisa que o denigra. Se pegarmos apenas o período democrático, a partir de 1989, os casos se acumulam: a filha de Lula, os milhões no escritório de Roseana Sarney, até a sexualidade de Gilberto Kassab.

A quebra do sigilo fiscal da filha de José Serra, Verônica, demonstra, mais uma vez, a insegurança ou fragilidade em sustentar uma campanha somente com plano de governo, e que “táticas” como essa já se incorporaram à prática da política brasileira.

Se o interesse fosse realmente discutir como melhorar e desenvolver o nosso país, o primeiro debate realizado pela MTV não seria cancelado por problema de agenda dos candidatos. A emissora segmentada para o público jovem apresentaria perguntas feitas apenas por eleitores que estão na faixa dos 16 aos 24 anos. Segundo dados do TSE esses eleitores são 12.262.802 brasileiros, ou 18,2% dos votos válidos da nação. Número interessante para qualquer candidato!

Isso sem contar os 11% que declararam votar em branco, nulo, não sabem em quem votar ou não votam em nenhum candidato, segundo a última pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 2 e 3 de setembro, divulgada no último dia 6. Foram ouvidos 4314 eleitores de 203 municípios, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. E há quem diga que pior do que tá, não fica! Será? Quando a política nacional vai amadurecer?

Foto: http://maierovitch.blog.terra.com.br