Progressão continuada e o atestado de incompetência educacional


Por J.Paulo Carvalho

Com a proximidade das eleições 2010, que acontecem no próximo dia 3 de outubro, assuntos como economia, saúde, meio ambiente, transporte e educação voltam a ganhar destaque na boca dos candidatos ao Governo do Estado de São Paulo.

Todavia, isso é minimamente executado pelos políticos. A maioria prefere atacar o adversário que está à frente nas pesquisas. A política dá lugar ao partidarismo e as propostas, principalmente as da área educacional, ficam em segundo plano.

Sendo assim, em meio à disputa pelo poder, desde 1998 (ainda no governo do tucano Mário Covas), as escolas públicas de São Paulo convivem com a progressão continuada. Uma ideia espetacular, diga-se de passagem. Um reflexo mais do que perfeito da hegemonia psdbista.

O sistema, que está em vigor até hoje, tem como objetivo acabar com a “evasão escolar, causada pela obrigatoriedade do aluno de cursar novamente a série, por não ter conquistado o êxito necessário para ser aprovado”. Isso quer dizer que o estudante não pode ser reprovado entre a 1ª a 8ª série do ensino fundamental.

O resultado? Bom, crianças chegam ao último ano sem saber ler e escrever, carregando lacunas educacionais que não poderão ser preenchidas. O aluno precisa apenas estar presente em sala de aula para ser aprovado automaticamente. Trata-se do atestado de incompetência da educação do Estado, além da proliferação do analfabetismo funcional.

O Provisório SP, idealizado por estudantes de jornalismo formadores de opinião, se sente no direito de criticar nosso fraco sistema educacional. Se o objetivo é mostrar outra vertente da cidade, paralelamente a ele está o compromisso com o senso crítico do jovem e a expansão dos seus pensamentos. Disso este humilde espaço virtual não abrirá mão.


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