Saúde em meio ao caos
Por Giselle Olmedo
Os tempos modernos trazem graves consequências aos paulistanos. Afinal, quais são os fatores que obrigam os moradores da capital a fazer uma paradinha no posto de saúde mais próximo? Um recente estudo da Unicamp, intitulado "Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo", coordenado pelo pesquisador do INPE, Carlos Nobre, indica as principais doenças que afetam os paulistanos nos últimos anos.
A poluição é citada de forma veemente na pesquisa, claro. A quantidade de carros e caminhões que libera fumaça deixa o ar repleto de substâncias tóxicas. Aquela vontade de respirar fundo no meio do dia normalmente é deixada de lado. Os impactos ambientais, culpa nossa, são mencionados a cada página do estudo, já que as variações bruscas de temperatura afetam a famosa terra da garoa. E dali, a criançada no hospital tomando inalação no tempo seco, corre com os pequenos de novo no pronto socorro quando chove ou faz aquele frio de rachar.
Pessoas abaixo dos 5 anos e acima dos 65 são mais vulneráveis às variações de temperatura, pois saem de sua "zona de conforto térmico". Essa "zona" não é fixa para todos os humanos: depende da temperatura com a qual se está acostumado. Sabe as enchentes também? Sim, aquelas que nos atormentam normalmente nos primeiros meses do ano. Elas, que já deixam o trânsito um caos, também nos presenteiam com aquelas doenças infecciosas, como as parasitoses intestinais - a famosa dor de barriga, hepatites virais e a leptospirose (que vem dos ratinhos que ficam no esgoto).
Além disso, as alergias também afetam o paulistano. Conforme o estudo, o aumento na concentração de gás carbônico aumenta a liberação de pólen pelas plantas e assim, os fungos se espalham, disparando por consequência as alergias. So pra completar o caos no nosso sistema imunológico, as partículas provenientes do diesel, cuja concentração é cada vez maior no ar paulistano, agravam o problema, porque elas se ligam ao pólen e aos fungos e os levam aos pulmões. É de se esperar um aumento considerável nos casos de rinite alérgica e asma e na intensidade como essas doenças se manifestam.
O paulistano paga um preço alto pela prosperidade, pelo progresso. O clima responde assim. A nossa saúde agradece se cada um fizer sua parte, recolhendo o lixo, tentando poluir menos o ar e contribuindo mais com pequenas medidas que podem fazer a diferença.
Imagem: http://oglobo.globo.com/sp/mat/2007/05/18/295814777.asp
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